Por: Thelmy Arruda de Rezende (Escrito em uma das edições do Mandioqueiro, nos anos de 1980).
Por aqui muitas vezes passei, parei, admirei a paisagem, pernoitei e senti uma grande satisfação.
Quando nasci, você aqui já estava com suas ruas estreitas, com suas casas geminadas, sua igreja tão linda, o seu rio majestoso, o seu povo hospitaleiro.
Os anos se passaram, cresci, tornei-me adulta e você também se modificou.
Hoje a vejo em pleno desenvolvimento; como és bela e calma, embora ainda conserve belas casas, as velhas ruas, mas com novas pessoas, novas mentalidades e novos governantes.
Lembro-me de alguns anos o uso da lamparina, o latido dos cães, o canto do galo ao alvorecer, as pessoas passeando na varanda e as crianças brincando de roda na frente da igreja.
Que tempo bom...
Quanta simplicidade...
Hoje vivo na cidade grande e confesso sentir sua falta.
Às vezes tenho vontade de me refugiar em você.
E em você permanecer para sempre.
Apesar do progresso, para mim você continua sendo a mesma, embora não se veja mais pessoas levando lata d’água na cabeça, pois o progresso lhe deu água encanada.
O uso de vela e lamparina tornou-se obsoleto, pois as residências já estão dotadas de luz elétrica.
As ruas já são iluminadas, não precisa mais ficar adivinhando quem está passando na praça Coronel Tonho.
Instalou-se posto médico, facilitando o atendimento aos nossos doentes.
Os nossos “mandioqueiros” têm o benefício da assistência técnica.
A cerâmica aumentou o mercado de trabalho e facilitou a construção de confortáveis residências.
Até o Banco do Brasil e telefone você já possui!
Você continua sendo a TERRA QUE APRENDEMOS A GOSTAR.